O “CLIMA” COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO E DE SUSTENTABILIDADE DO SETOR DE SHOPPING CENTER.
- Paulo Sérgio Campos
Às vezes nem percebemos que o "Clima" faz parte das nossas vidas!
Isso porque, quando estamos com uma visão “de dentro do processo”, no “dia a dia” fica um pouco difícil de perceber. Mas basta olharmos a nossa rotina diária para notar a sua importância. Quando acordamos, todos os dias, nos acostumamos a ir até a janela ou consultar a internet para saber como está o tempo e qual será a sua previsão durante o dia e durante a semana.
Sem perceber somos influenciados diretamente por ele, e mudamos o nosso comportamento e estado de espírito.
- Para cada temperatura usamos um tipo diferente de roupa;
- Se vai chover trocamos de roupa e programamos para ir de carro ao trabalho;
- Se não vai chover a noite, combinamos para sair com os filhos ou com os amigos;
- Se vai fazer sol no final de semana combinamos para ir à praia;
- Se vai fazer sol no final de semana programamos para ir ao Shopping por causa da diversão e do ar-condicionado;
- Se vai chover não vamos mais correr no parque, vamos para a academia.
- Se o tempo fica chuvoso durante toda a semana ficamos um pouco mais nervosos e ansiosos, e ao contrário, se o dia estiver com sol e com temperaturas entre 22 e 25 °C nos sentimos mais alegres e felizes.
Durante mais de 25 anos, analisando o fluxo de pessoas em Shoppings, persegui sempre a ideia de que, através da combinação dos dados de movimentação do público consumidor com o "Clima" e da sua projeção com base nas previsões meteorológicas poderíamos desenvolver uma ferramenta capaz de projetar o fluxo e consequentemente o faturamento dos Shoppings. Mas, na verdade, nunca consegui sucesso no desenvolvimento de uma correlação segura entre as duas variáveis: “Fluxo de pessoas" e o “Clima”.
Parecia que o dado de “Clima” não correspondia a realidade vivenciada de movimentação e comportamento do público consumidor durante o período analisado no Shopping.
Mesmo percebendo a existência de outras possíveis variáveis com capacidade de influenciar a movimentação dos consumidores: Eventos, campanhas, obras e promoções no interior e externa ao empreendimento, sazonalidades, etc ... sabia também que, através das minhas análises, que nenhuma delas teria o potencial e a capacidade, como o "Clima", de influenciar de forma tão direta e intensa o “Fluxo de pessoas”.
Olhando os números mais de perto e dividindo o conhecimento com os profissionais do setor (gerentes de marketing, gerentes de operações e superintendentes), meteorologistas e profissionais ligados a área de inteligência de dados percebi que, na verdade, o que estava prejudicando as análises era o fato de que estávamos, ao longo do tempo, relacionando dois tipos de dados gerados de forma distinta:
O “Fluxo de pessoas” gerado em tempo real, através da instalação de sensores de contagem, e o “Clima” gerado como uma previsão e não com dados reais (sem a instalação de sensores no local).
E isso realmente fazia sentido!
Todas as informações de “Clima” até hoje disponibilizadas, via internet, pelos servidores das empresas de meteorologia (Climatempo, Weather Channel, etc) para o setor de Shopping Centers são prioritariamente previsões geradas para uma determinada região e, portanto, não tinham representatividade local, pois não temos como afirmar o que realmente aconteceu.
Por exemplo: Poderíamos ter previsão de chuva forte para a região metropolitana do Rio de Janeiro, mas na verdade, inumeras vezes o que presenciamos são diferentes realidades entre chuva e sol em áreas distintas dentro da mesma região. Mas, sem a instalação de sensores, como poderíamos validar a exatidão destas informações?
Da mesma forma hoje, poderíamos também ter a informação de que a previsão dos dados meteorológicos registrados durante o dia na região onde o Shopping se encontra, ficariam entre os 25°C de temperatura, 67% de umidade e de 5 mm de chuva. Mas, sem a instalação de sensores, como também poderíamos validar a exatidão destas informações?
O problema é que ainda não existia no mercado uma tecnologia capaz de oferecer o monitoramento de dados via estação meteorológica local e ao mesmo tempo oferecer também uma plataforma de inteligência artificial capaz de gerar uma previsão do tempo geolocalizada local (com latitude e longitude determinadas) com até 90% de precisão.
Foi aí, que tive contato com o “SMAC”, um poderoso Sistema de Monitoramento e Alerta Meteorológico desenvolvido pelo Climatempo para os segmentos de mineração, portos, hidroelétrica, ferrovias, linhas de transmissão, e percebi que finalmente tinha achado o que estava procurando.
Assim, através da união dos conhecimentos entre a Connect Malls e o Climatempo, surgiu o “Fique no Clima do seu Shopping”, um projeto que tem como propósito transformar o “Clima” em um agente de sustentabilidade e de fortalecimento do setor de Shopping Center, disponibilizando o que existe de mais moderno em tecnologia de monitoramento e previsão geolocalizada do tempo. Trazendo definitivamente a variável “Clima” para a tomada de decisão estratégica dos gestores de Shopping Centers.
Agora, a partir da utilização e da combinação de forma segura e robusta do “Clima” com o “Fluxo de pessoas”, estamos descobrindo e desenvolvendo, com os nossos clientes, uma série de conexões com outras variáveis e informações já processadas internamente pelos shoppings.
Um novo horizonte com inúmeras possibilidades de aplicação da variável “Clima” e aumento de eficiência para os Shoppings!